Cidade que inspira
- Caroline Marino e Monalisa Lima
- 17 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Onde vejo trevas, o artista enxerga cor. Onde vejo tédio, enxerga ação. Onde já não enxergo, inspiração. Pelas paredes descascadas de uma casa antiga, pelas ruas movimentadas de uma metrópole, pela calma da madrugada... lá está. É nas pequenas coisas que a inspiração reside e só o olhar atento de um artista consegue enxergá-la.
Será possível encontrar inspiração em um cenário urbano, na cidade, no cotidiano? Buscamos respostas com diretores locais e o resultado foi unânime. Sim, Juiz de Fora transpira, respira, inspira arte.
E aí, o que te inspira em JF?

Dowglas Mota
“O que me inspira são as pessoas e seus diferentes modos de enxergar o mundo. Eu sempre busco inspiração na atmosfera de sentimentos que ronda o ser humano.” — Dowglas Mota, diretor do documentário The Coffin’s Club.

Diogo D' Melo “Gosto muito do túnel que leva ao shopping, eu chamo de "Buraco da Alice" por causa da história da Alice e no País das Maravilhas.” — Diogo D’Melo, diretor do curta Lila e seus balões.

David Azevedo “O que sempre me inspira e me faz voltar a Juiz de Fora são os opostos dessa cidade. Ela não é grande e nem pequena. Pode fazer frio e calor, variando o dia todo. É agitada, mas sempre achamos uma pracinha para descansar e pensar na vida. É estranho falar que não moro mais em JF. Sinto que a cidade ainda continua em mim.” — David Azevedo, diretor do curta Sansão.

Ariel Andrade “Bom, eu não sei exatamente o que me inspira aqui, mas eu sei que inspira. Aqui, por algum motivo, eu tenho muito mais vontade de fazer as coisas do que eu teria na minha cidade. Talvez por estar no meio de pessoas com os mesmos interesses que eu. Me sinto em casa no IAD” — Ariel Andrade, diretor do curta Enfim Sós.

Mia Mozart “Sempre tive uma fascinação com as luzes de Juiz de Fora. A cidade é muito bonita, das diversas formas que se pode entender 'bonita'. É uma cidade de muitos cenários prontos, de personagens prontos. É natural se fazer arte aqui. Acho que isso me inspira.” — Mia Mozart, diretora do curta Azul.

Samuel Fortunato “Me inspirou muito o 'outro lado do rio'. Filmamos muita coisa do Fossa na margem da Avenida Brasil, depois das pontes que ligam o centro. Acho que foi inspirador poder conhecer Juiz de Fora dessa maneira.” — Samuel Fortunato, diretor do curta Fossa.

Rômulo Rosa “O que mais me inspira em Juiz de Fora é a Praça da Estação. Acho bastante enigmático os casarões antigos, a infinidade de elementos históricos da cidade que se pode encontrar naquele local. Acho que ali acontece uma metamorfose, onde a cidade se transforma em outra. Vejo a Praça como um ponto de resistência, onde a euforia e a agitação de um grande centro não conseguiram ocupar.” — Rômulo Rosa, diretor do documentário Somos Todos Ninjas.

Pedro Soares
“Gosto de andar sem rumo e analisar o que passa despercebido pela maioria das pessoas. Porque, geralmente, são essas 'coisinhas' que transmitem a mais pura beleza” — Pedro Soares, diretor do curta Dialética.
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