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Cultura passada geração por geração

  • Edilaine Ribeiro | CC (BY-NC-SA)
  • 18 de fev. de 2016
  • 3 min de leitura

O Bairro Borboleta, que traz todos os anos um pouco da cultura de seus antepassados através da tradicional Deutsches Fest, neste ano se prepara para ter um motivo a mais para ser referência na preservação da cultura germânica com a criação do Museu da Memória Alemã. A abertura do espaço está prevista para acontecer no dia 12 de junho, quando é celebrado o Dia do Imigrante Alemão.

A inauguração será marcada por uma exposição de fotos que contam a história da Estrada União e Indústria. O atual presidente da Associação Cultural e Recreativa Brasil-Alemanha, Salcio Del Duca, 37, fala com alegria sobre o novo projeto. “Comecei a pesquisar sobre as famílias alemãs que vieram para a cidade e a montar um histórico através de fotos e documentos para resgatar a história que pode ter sido perdida no tempo”, explica. Segundo ele, algumas exposições já haviam sido realizadas na sede, mas sentia falta de algo mais específico. Para Salcio, o museu será um marco para a associação e uma das melhores formas manter suas atividades no bairro.

Fotografia de familia alemã tirada na década 10, uma das crianças da foto ainda é viva aos seus 90 anos e mora no Bairro Borboleta.

Como tudo começou

O bairro fundado por volta de 1858 é considerado até hoje uma referência da cultura germânica. É lá que se encontra boa parte dos descendentes de alemães da cidade e onde criaram, em 1990, a Associação Cultural e Recreativa Brasil-Alemã. Naquele mesmo ano, foi formado o grupo de dança folclórica alemã Schmetterling, que significa borboleta em alemão, em homenagem ao local que os recebeu.

O presidente da associação, conta que participou da primeira apresentação feita pelo grupo de dança folclórica: “Eu tinha aproximadamente 11 anos quando começaram a chamar as crianças para participar do grupo. Não entendi muito bem o motivo na época, então comecei a conversar com meus familiares para descobrir a importância daquilo tudo e percebi que minha família era uma das tantas descendentes de alemães no bairro.”

A associação foi crescendo e, através da criação da Festa Alemã, que acontece todo ano no Borboleta, se popularizou e ganhou mais participantes. Salcio afirma que atualmente o grupo de dança possui 160 integrantes, divididos em oito grupos. As idades variam entre 3 e 80 anos. Além do grupo Schmetterling para ajudar na preservação da cultura, eles ainda contam com a banda de músicas tradicionais e, desde o ano passado, também são oferecidas aulas de alemão.

A Festa Alemã é considerada uma festa tradicional na cidade e tem duração de aproximadamente dez dias, sendo realizada no mês de setembro. Artesanato, apresentação de grupos de dança folclórica, bandas de músicas alemãs e muito chope gelado, além de barracas com comidas típicas, como Eisbein (joelho de porco), salsichão e as deliciosas tortas alemãs fazem a alegria dos frequentadores.

Se para o público geral a gastronomia e a cerveja estão entre os principais atrativos, para quem vê a festa de dentro a tradição tem maior peso. Júlia Machado, 22, morou no bairro durante 12 anos e é descendente de imigrantes alemães. Ela conta que gosta muito da festa. “Acho o evento muito importante para que a cultura germânica seja compartilhada com os moradores da cidade”. Já Leticia Gerheim, 18, se apresenta na categoria Jugendlich do grupo Schmetterling há quatro anos. “Entrei no grupo por uma questão familiar e acho que a maior importância é ver e lembrar dos meus familiares e antepassados.”

Reprentantes de categoria com a bandeira do grupo flocorico em 2015

| Foto Divulgação

 
 
 

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