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Colheita de sobras

  • Ana Lívia Faria
  • 9 de mai. de 2016
  • 1 min de leitura

Quando ninguém quer, quando todos rejeitam, quando não há valor, eles transformam o sentido da sobra em oportunidade. Às vezes, uma das poucas que terão no dia. Mas há ainda os que só não suportam ver tanto desperdício. São os coletores de sobras das feiras, aquelas pessoas que recolhem alguns alimentos já deixados para trás pelo feirante já na hora da xepa. Muito do que é considerado lixo por uns, é alimento na mão de outros.

Esses coletores e essas coletoras estão sempre lá, de segunda à segunda.Talvez você só não tenha percebido. Ainda.

Colheita 1

Uma montanha de sobras. Esse é o espaço geográfico destinado às ruas depois de suas feiras.

Uma montanha de sobras. Esse é o espaço geográfico destinado às ruas depois de suas feiras.

Colheita 2

Há pessoas que esperam pessoas. E alimentos que esperam por bocas.

Colheita 3

O estranhamento não é causado pelo desperdício, mas pela lente que procura enquadrá-lo.

Colheita 4

Nada é pesado demais quando se tem fome. Esta, por si só, já é capaz de testar nossa força cotidianamente. De alguns, mais do que de outros.

Colheita 5

O corpo, mesmo que idoso, gira em torno do torso. Trata-se de uma reverência ao alimento.

Colheita 6

Sábias as mãos que compreendem o valor do alimento e vão em direção à ele.

Colheita 7

A garra da luta no dia-a-dia permanece presente nos mais singelos movimentos do corpo daquele que se supera.

Fotos por: Ana Lívia Faria

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