Encrespe-se
- Gabriela Helena
- 30 de jun. de 2016
- 2 min de leitura
Em fevereiro de 2014, três amigas resolveram trazer para Juiz de Fora um movimento que já estava tomando conta de mais de vinte cidades brasileiras, o Encrespa Geral. O projeto incentiva o uso do cabelo natural, crespo e cacheado junto com a valorização da autoestima, estética e identidade negra.

Denise Santos, Jéssica Martins e Monique de Oliveira são três jovens negras que sentiram a necessidade de criar encontros para a afirmação e orgulho do cabelo crespo. Tudo começou quando Jéssica estava em seu período de transição capilar e observou que em outras cidades meninas utilizavam as redes sociais para conversarem sobre cuidados do cabelo. “Eu já fazia encontros com as minhas amigas mais íntimas, mas vendo que estava dando certo em outras cidades, resolvi fazer o Encrespa em Juiz de Fora, seguindo as diretrizes nacionais”, relata Jéssica.
Dos pilares do movimento, faz parte a realização periódica de eventos aos finais de semanas e em pontos públicos, com discussão de temas pré-selecionados, de acordo com o que é considerado relevante para ser debatido.
Evolução
O primeiro encontro do Encrespa Geral foi realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em 2014 e contou com a presença de 23 meninas. A cada reunião, os participante levavam convidados e o movimento só foi evoluindo. Atualmente, são mais de 300 os frequentadores do Encrespa local! “Não é só um projeto de três pessoas, mas de quem vai lá, que pode encontrar referência de ser negro, de ser negra. Nós criamos um ambiente onde as pessoas podem compartilhar suas realidades”, afirma Denise Santos, co-fundadora da iniciativa em Juiz de Fora. “O mais importante para a gente é mostrar que nós podemos empreender, podemos vender, somos mercado, criamos produtos. Precisamos quebrar essa barreira que só diz que negro junto é bagunça”.
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