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Um ato de liberdade: o direito de viajar sozinha

  • Ludmila Azevedo
  • 12 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Quando se fala em liberdade, é comum imaginar uma estrada pela frente, mochila nas costas e o gosto de aventura junto com a chegada ao próximo destino. A internet está repleta de relatos de pessoas que viajam pedindo carona, sem rumo certo, com hospedagens em hostels ou através do sistema de couchsurfing - estadia gratuita na casa de um(a) morador(a) local. As viagens de baixo custo estão se popularizando com histórias de quem jura ter encontrado pessoas maravilhosas no caminho e vivido os melhores momentos de suas vidas.

Infelizmente, para as mulheres, tomar essa iniciativa não é assim tão simples. Pegar caronas com homens estranhos (algumas vezes em um carro com vários outros homens), se hospedar em quartos mistos de hostels ou em quartos cedidos por homens no couchsurfing intimida as moças, da mesma forma que a ideia de percorrer estradas desertas, dormir em aeroportos ou em rodoviárias. Os riscos dessa aventura são muito maiores para elas, que muitas vezes desistem do sonho de conhecer outros lugares.

Mariana Nunes fez várias viagens durante seu intercâmbio na Dinamarca. (Foto::Ludmila Azevedo)

Em fevereiro deste ano, duas viajantes argentinas foram brutalmente assassinadas no Equador, e as redes sociais foram inundadas por comentários justificando o crime com o fato de elas estarem viajando sozinhas. Por que sozinhas se estavam na companhia uma da outra? Sozinhas por viajar sem um homem?

Precisamos falar sobre isso. Precisamos falar que, assim como os homens, as mulheres têm o direito de ir e vir de onde e para onde quiserem sem medo. Precisamos falar que não é a mina que deveria pensar mil vezes antes de se aventurar, mas sim o homem que deve saber que é errado tocar, abusar, assediar. Matar.

Não desistam de ir. Indo, vocês dão forças às outras que querem tentar, mas ainda não sabem como. Indo, vocês estão dizendo que não é legal viver com medo. Que não é legal culpar as viajantes argentinas por viajar sem um homem para protegê-las. Que viajar sozinha não é ousar, não é assumir um risco, mas sim um direito. Com tantas mulheres sofrendo violência diariamente dentro de casa, não tem porque acreditar que é melhor se conter.

Encontre pessoas incríveis, conheça lugares com cara de filme, encha a cara no bar, permita-se e liberte-se. Na sua cidade, na cidade vizinha ou na Guatemala sempre vai ter gente mal-intencionada. Mas também tem muita gente do bem para mostrar que vale à pena sim se aventurar em um lugar novo.

Hospedando-se em hostels e priorizando companhias aéreas de baixo custo, Mariana já adquiriu o costume de viajar sozinha. (Foto: Ludmila Azevedo)

Bônus – dicas para as aventureiras

Existem algumas precauções simples que você pode tomar para se sentir segura sem deixar de se divertir. Nos sites Blablacar, de caronas, e Couchsurfing, de hospedagem gratuita, é possível filtrar os campos de pesquisa para buscar apenas mulheres. Além disso, há um sistema de recomendações e notas, onde você pode verificar se aquela pessoa é confiável.

Apesar de serem um pouquinho mais caros, a maioria dos hostels oferece quartos femininos. Além disso, existem diversos grupos no Facebook, como o Couchsurfing das Mina, no qual mulheres viajantes oferecem estadia e apoio umas às outras.

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