top of page

Por trás da vida noturna

  • Marina Andrade
  • 21 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Cada vez mais vivemos em um mundo que não dorme. A gente vive 24h ligado. Seja trabalhando, estudando, se divertindo ou com medo.

Espera aí… Com medo?

O Uma pá de histórias realizou uma pesquisa com 60 mulheres que exercem atividades profissionais no período noturno, a maioria em bares, eventos, shoppings e casas noturnas. E a maior parte delas tem medo de trabalhar a noite. Para Marcela Ribeiro, que é promoter, a insegurança é maior, principalmente, na hora de ir e voltar pra casa.

Legenda: 98% das mulheres tem medo de trabalhar a noite

Assim como a maioria, Marcela se sente mais segura quando tem a companhia de uma amiga (lembram do Vamos Juntas?). Pois é. Mas 24% das entrevistadas não se sentem da mesma forma. Isso não quer dizer que elas prefiram ir sozinhas, mas, sim quando a companhia é um homem - conhecido, é claro. “Se estou indo embora com os meus amigos ou com meu irmão, eu fico mais tranquila. Porque sei que ninguém vai mexer comigo. Homem respeita homem… por que não respeitar a mulher?” Indaga a vendedora Luiza Ramos, que trabalha no shopping e sempre vai embora por volta de 22h.

Legenda: Que tal irem juntas?

Para ir e voltar do trabalho, a maioria vai de carro, principalmente pela segurança. 36% delas vão de taxi, pois é a opção mais acessível no horário, embora com cautela: “Sempre mando mensagem para minha mãe com a placa e o modelo do carro, porque, hoje em dia, a gente não pode confiar em ninguém”, conta a freelancer Cristiane Paiva, de 18 anos e trabalha à noite com divulgação.

Legendas: 22 das 60 meninas entrevistadas preferem ir de carro pra casa​

Agora vem a pior parte. De assédios disfarçados de elogio a comentários maldosos, todas relataram já terem sofrido algum tipo de assédio no trabalho!

Legenda: Todas as entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio no trabalho

“As pessoas não respeitam, é absurdo. A gente sai de casa para trabalhar e tem que ficar ouvindo cantadinha. E os caras acham ruim que não gostamos“.

C.S. - de 19 anos, promoter de uma casa noturna.

“Não tem um dia que eu não recebo uma cantada aqui. Os caras passam pela gente, dão o nome da lista e falam alguma coisa, algum ‘elogio’, ou falam que vão esperar a gente lá dentro. E as pessoas em volta agem como se fosse normal. E não é.”

J.B. - 21 anos , promoter da mesma casa noturna.

Legenda: Profissionais relatam que situações de assédio são vistas com naturalidade em seus locais de trabalho

Esses são apenas dois relatos dentre mais de sessenta ouvidos. O assédio acontece todo dia, toda hora, em qualquer lugar. Não é normal sair de casa para trabalhar com medo, sabendo que vai ouvir alguma “piadinha” ofensiva.

Precisamos rever nossos conceitos e parar de achar que é tudo normal.

Esses números não são normais.

Comments


POSTS RECENTES:
PROCURE POR TAGS:

© 2015 por Uma Pá de Histórias, Criado com Wix.com

bottom of page