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Cozinha da Marina

  • Jéssica Alvim e Thamíris Macedo
  • 26 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Já imaginou uma palestra mudar completamente sua vida? Com a estudante de Nutrição Marina Repetto foi assim. Há dois anos sua vida se transformou quando resolveu ir a uma palestra cujo o tema era Yoga e Veganismo, para obter conhecimento sobre novos saberes em sua área. A partir desse momento, a estudante começou a refletir sobre a energia dos alimentos, a abundância da natureza e principalmente sobre o impacto da alimentação humana no planeta. Passou a observar tudo o que ingeria e como estava alimentando seu corpo pra que ele funcionasse da melhor maneira. A escolha de seguir nesse caminho vinha acompanhada do bem que estava lhe fazendo. “Entendi que se me alimentasse de dor, medo e sofrimento, que é o que acontece com os animais nos abatedouros, teria no meu organismo e nos pensamentos exatamente isso: dor, medo e sofrimento. Descobri também que o intestino funcionava como um segundo cérebro, possuindo muitos neurônios capazes de interferir em diversas coisas, incluindo o humor”, afirma.

Para se tornar vegetariana, a estudante diz que teve facilidade no processo, já que estava com muita força de vontade e impressionada com tudo que estava aprendendo, mesmo ouvindo frequentemente dos familiares que ficaria fraca, com falta de proteína e baixa imunidade. Marina faz exames periodicamente e nenhum tipo de dano ao corpo foi comprovado, ao contrário do que imaginavam.

Um outro fator importante para a nova vida foram as leituras, que ensinaram o potencial de um organismo que não se alimenta de partículas mortas: “Quanto mais conhecimento fui adquirindo sobre este assunto, mais distante foi ficando a vontade de comer animais. Sim, eu não via mais como carne, mas sim como animal. Resolvi então propor uma ideia em casa: ficar pelo menos um dia da semana sem comer carne, na segunda feira, seguindo um projeto mundial chamado 'Segunda Sem Carne'. Contei para eles que uma diminuição de 220 gramas de carne economizaria 792 litros de água limpa e 6,6 metros quadrados de floresta desmatada. Eles toparam na hora!”, conta.

Marina notou com o tempo que estava ingerindo muitos lácteos e topou mais uma mudança. Agora, a estudante está no processo de se tornar vegana, que é longo e exige muita determinação e organização. Uma das dificuldades é quando tem que comer fora de casa e não há muitas opções.

Marina e família moram em um sítio onde possuem horta e pomar, de onde saem quase todos os alimentos consumidos: “Preparo a maioria das minhas refeições e, hoje em dia, grande parte do que ingerimos foi plantado por nós mesmos, sem uso de fertilizantes e agrotóxicos. Percebo uma diferença gritante, não tem preço comer o que você mesmo plantou!”. Ela conta que desenvolveu várias estratégias para facilitar a vida de todos: as bananas ficam na garagem para sempre levarem na bolsa quando estão saindo de casa, os sucos naturais são congelados em formas de gelo, e há sempre caponata de berinjela e pasta de grão de bico prontas na geladeira, para quando a fome bater fora de hora.

O plantio é feito pelo pai, que utiliza adubo orgânico e opções naturais para afastar insetos e aves. O pomar é muito farto, Marina já colheu uma variedade de futas, como abacate, mexerica e abiu. Na horta, as opções também são diversas: do tomate à rúcula, do alface à abobrinha.

Marina lembra que para um alimento ser considerado orgânico existem várias normas governamentais. Além de não poder conter agrotóxicos e adubos químicos, também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios, antibióticos e de organismos geneticamente modificados. Também fica proibido o uso das radiações ionizantes e aditivos químicos sintéticos como aromatizantes e corantes. Para saber mais sobre como obter certificações para produção orgânica, acesse o site Organicsnet.

A partir do novo estilo de vida, a estudante criou, há três meses, o Cozinha da Marina, um projeto virtual em que divulga os pratos feitos, em sua maioria, com alimentos cultivados no quintal de casa: “Tudo começou com uma vontade enorme de fotografar o que eu fazia na cozinha pois era sempre lindo e colorido, uma realidade que me deixava extremamente satisfeita”. A repercussão do projeto a surpreendeu. “Fiquei extremamente feliz com a proporção que tomou e com a quantidade de mensagens de incentivo e apoio que recebo”, conta.

Marina pretende incentivar as pessoas a se alimentarem melhor e tomarem consciência a respeito da relação entre a alimentação, a saúde e o planeta. “Basear-se numa cultura de respeito e gratidão à natureza é um cuidado essencial para produzir alimentos neste novo tempo. O planeta precisa e agradece!”.

(Fotos: Arquivo Pessoal)

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